quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Memorial: O processo de Aquisição da Leitura e Linguagem Escrita

Ady Martins de Carvalho


Fui para a escola com cinco anos de idade, aquele momento para mim, foi mágico e inesquecível, por que desde os três ou quatro anos sentia vontade de estudar numa escola colorida, com uma professora elegante que falasse bem. Ao chegar à Unidade Escolar não encontrei a escola dos meus sonhos e nem a professora elegante e sim um professor que era padre, mesmo assim, não fiquei decepcionada, pois ele transmitia o conteúdo com segurança, lia em voz alta livros diversos inclusive religiosos, era atencioso comigo que já reconhecia todas as letras com o acompanhamento da minha irmã mais velha e o auxílio da cartilha “ABC”, doada por ela.
Sendo assim, naquele ano letivo estudamos usando a Cartilha do “ABC”, que consistia em associar, juntar as letras, formar sílabas e agrupá-las para formar palavras; escrever nomes dos objetos conhecidos do dia-a-dia, facilitando a nossa compreensão e assimilação, mesmo que mecânica.
Logo depois, eu começara a ler, fui introduzida no mundo dos contos infantis, no qual, eu pude conhecer contos como: Chapeuzinho Vermelho, a Branca de Neve e os Sete Anões, Pinóquio, dentre outros. Ao mesmo tempo em que conhecia os contos de fadas, entrei para o mundo da literatura de cordel, pois tinha um senhor que vendia esses livrinhos numa esteira na praça da minha cidade e, eu sempre pedia ao meu pai para comprá-los.
Sendo inesquecível o livrinho que contava a história de “Cecília e o Pavão Misterioso”, a história era linda e, eu ouvia e lia várias vezes, essa foi marcante para mim. Esses momentos eram mágicos, pois, a entonação e a representação dos personagens que o professor fazia nos encantavam, ficaria horas se preciso fosse só ouvindo-o, vendo-o e, imaginando. Tenho saudades daquele tempo de escola, ao refletir sobre o meu processo de aquisição da leitura, percebo que sempre gostei da mesma, por que fui introduzida nele com encanto, prazer, dedicação e muito gosto.
Além disso, o material utilizado por nós naquela época dava conta de suprir nossa demanda, tínhamos nosso caderno e nossa cartilha do “ABC”, um método de alfabetização em evidência. Não me lembro se algum colega ficou sem ser alfabetizado, pois, todos os alunos eram cobrados e, exigido o quinhão de esforço.
No entanto, apesar do professor ser rígido com os demais colegas, isso não acontecia comigo, pois, sempre fui uma aluna muito disciplinada e estudiosa, por esse motivo sempre era presenteada com caixa de lápis, livros bíblicos, bonecas, e, também era convidada para ir à igreja fazer a leitura dos folhetos bíblicos. Neste momento, lembro-me de Dona Raquel e Dona Carlota (ambas falecidas) que ficavam maravilhadas com a desenvoltura e entonação da leitura feita por mim. O padre, que era o meu professor, dizia-me que as senhoras sempre o pediam para convidar-me.
Com isso, inferimos que a formação de nosso Professor, aliado a sua capacitação e experiência foi fundamental, para que tivéssemos naquela época, facilidade e prazer em adentrar ao mundo da leitura, coisa que constato hoje em observações aleatórias, não acontece em determinadas escolas e nem no olhar de muitos alunos.
Não compreendo o que faz um aluno percorrer três e/ou quatro anos numa escola sem aprender a ler e/ou escrever. Onde está o problema? No material didático? Na formação e experiência do professor? Na sociedade contemporânea que não valoriza mais o conhecimento acadêmico? Por que as famílias mais carentes hoje são as mais negligentes com a vida intelectual de seus filhos? No meu tempo, era o contrário, nós (humildes) tínhamos que ir à escola para nos tornar gente de respeito e valor, conseguir um emprego digno e um futuro promissor (fala de minha mãe).
Além do mais, vê-se que a sociedade passa por grandes mudanças e conflitos, que afeta as relações sociais, das pessoas com as instituições, ou vice-versa. Não podemos ignorar que a demanda social hoje é diferente, bem como, o material e o professor, pois o aluno daquela época não existe também.
Atualmente, tenho feito muitas outras leituras desde literatura brasileira (Aloísio de Azevedo, Machado de Assis, Castro Alves, Raquel de Queiroz, dentre outros) à artigo e/ou tratado cientifico (como: Piaget, Vygotsky, Wallon, Freud, Paulo Freire, Idalberto Chiavenato, Skinner, entre outros), visando conhecer e agregar valor à minha formação enquanto Pedagoga e, especialista em Gestão de Pessoas.
Assim sendo, a leitura na minha vida e, em casa tem uma função social, prazerosa, pois, divido o cultivo de hábito com meus filhos e esposo desta forma, que a leitura deve ser encarada, não como punição, castigo e/ou para o sujeito se dar bem em algum exame, mas pelo fato de que a mesma faz bem para a alma e para o espírito.
Com o advento das novas tecnologias muitas mídias impressas surgem, focando vários públicos, principalmente, o infanto-juvenil, o que possibilita às crianças terem acesso a informações por meio de revistas e jornais especializados.
Portanto, vê-se que falta muito para conseguirmos nos tornar uma sociedade de pessoas leitoras, na qual o analfabetismo seja apenas uma lembrança ruim. Buscar alternativas metodológicas que supram as necessidades das pessoas que querem e precisam ser alfabetizadas, isto é, ser inseridas no mundo da leitura e da escrita, conhecedoras de seus direitos e deveres, deve ser a meta da sociedade civil brasileira.

Postado por: Rosa Maria Olímpio Formadora Gestar/UnB

Caros Professores: Uma música, uma poesia!




Postado pela professora

Rosa Maria Olímpio
Formadora/Gestar UnB

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Língua Portuguesa: Sugestão de sites

1.Atlas Lingüístico do Brasil
http://www.alib.ufba.br/programas.asp

2.corpus representativo da língua portuguesa no século XIX.
http://www.linguaportuguesajf.com.br/

3.Persée
http://www.persee.fr/
Site público com algumas das principais revistas francesas de linguística (todos os números e edições integrais)

4.Estudos Enunciativos da Linguagem

Site do grupo desenvolvido junto à UFRGS, e coordenado pelos professores Dr. Valdir
do Nascimento Flores e Dra. Carmem Luci da Costa Silva.
http://www6.ufrgs.br/eenunciativos/
5.O Projeto Vertentes do Português Rural do Estado da Bahia
http://www.vertentes.ufba.br

6. Journal of Portuguese Linguistics
http://www.fl.ul.pt/revistas/JPL/JPLweb.htm
7.Site de Psicolingüística
http://www.fcsh.unl.pt/psicolinguistica/index.htm

8.Instituto Brasileiro de Fluência - IBF

Site: http://www.gagueira.org.br
9.Forma Livre
Blog de Lingüística

http://www.formalivre.com/


10.Biblioteca Virtual das Ciências da Linguagem no Brasil
http://www.labeurb.unicamp.br/bvclb/pages/home/lerPagina.bv?id=1


11.CAMINHOS DA LÍNGUA
Caminhos da Língua - o portal da língua brasileira

http://www.caminhosdalingua.com/


12.SOLETRAS
http://www.filologia.org.br/soletras/

SOLETRAS é a Revista do Departamento de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, locado na Faculdade de Formação de Professores (Campus de São Gonçalo), nascida no segundo semestre do ano 2000, juntamente com a criação da Coordenação de Publicações e sua periodização é semestral, com o primeiro número a ser publicado até o final do primeiro período letivo do ano acadêmico da universidade (junho ou julho) e o segundo no final do segundo período (novembro ou dezembro).


13.Enduring VoicesSaving Disappearing Languages
Nearly 80 percent of the world's population speaks only one percent of its languages. When the last speaker of a language dies, the world loses the knowledge that was contained in that language. The goal of the Enduring Voices Project is to document endangered languages and prevent language extinction by identifying the most crucial areas where languages are endangered and embarking on expeditions to:

http://www.nationalgeographic.com/mission/enduringvoices/

14.Linguistics Calendar
http://www.ling.su.se/staff/parkvall/Calendar.html

15.SALA - Sociedade de Lingüística Aplicada
http://www.sala.org.br/site/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

16.Linguateca
O objectivo da Linguateca, um centro de recursos -- distribuído -- para o processamento computacional da língua portuguesa
http://www.linguateca.pt/

17.Observatório da Língua Portuguesa
O primeiro passo no processo de criação da CPLP foi dado em São Luís do Maranhão, em Novembro de 1989, por ocasião da realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe -, a convite do Presidente brasileiro, José Sarney. Na reunião, decidiu-se criar o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoção e difusão do idioma comum da Comunidade.
http://www.observatoriolp.com/

18.Português do Brasil

http://www.portuguesdobrasil.net/

19.ReVEL
A Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL - é uma publicação totalmente eletrônica (acessível exclusivamente através da Internet), sem fins lucrativos, que visa à divulgação do conhecimento científico acerca dos estudos lingüísticos, especialmente do Brasil. A ReVEL é a primeira revista de Lingüística exclusivamente on-line com periodicidade regular no Brasil.

http://www.revel.inf.br/

20.Language Bar
Blog gaúcho de Lingüística

http://languagebar.blogsome.com/

21.iLoveLanguages!

iLoveLanguages is a comprehensive catalog of language-related Internet resources. The more than 2400 links at iLoveLanguages have been hand-reviewed to bring you the best language links the Web has to offer. Whether you're looking for online language lessons, translating dictionaries, native literature, translation services, software, language schools, or just a little information on a language you've heard about, iLoveLanguages probably has something to suit your needs.


http://www.ilovelanguages.com


Postado pela professora Rosa Maria Olímpio
Formadora Gestar/UnB

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Professores Baianos

Caros professores baianos,

à vocês meu afetuoso abraço e
antecipadas saudades deste encontro
de educadores!
Que nos caminhos da vida, nossos passos
nos levem a um lugar comum.

Rosa Maria Olímpio
UnB/Gestar

Filosofia no cotidiano Rubem Alves

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Kremesse

Kremesse/ Olegário Mariano

Foi um dia de kremesse.
Depois de rezá três prece
Pra que os santo me ajudasse,
Deus quis que nós se encontrasse
Pra que nós dois se queresse,
Pra que nós dois se gostasse.


Inté os sinos dizia
Na matriz da freguezia
Que embora o tempo corresse,
Que embora o tempo passasse,
Que nós sempre se queresse,
Que nós sempre se gostasse.


Um dia, na feira, eu disse
Com a voz cheia de meiguice
Nos teus ouvido, bem doce:
Rosinha si eu te falasse...
Si eu te beijasse na face...
Tu me dás-se um beijo? — Dou-se.


E toda a vez que nos vemo,
A um só tempo perguntemo
Tu a mim, eu a vancê:
Quando é que nós se casemo,
Nós que tanto se queremo,
Pro que esperamos pro quê?


Vancê não falou comigo
E eu com vancê, pro castigo,
Deixei de falá também,
Mas, no decorrê dos dia,
Vancê mais bem me queria
E eu mais te queria bem.


— Cabôco, vancê não presta,
Vancê tem ruga na testa,
Veneno no coração.
— Rosinha, vancê me xinga,
Morde a surucucutinga,
Mas fica o rasto no chão.


E de uma vez, (bem me lembro!)
Resto de safra... Dezembro...
Os carro afundando o chão.
Veio um home da cidade
E ao curuné Zé Trindade
Foi pedi a sua mão.


Peguei no meu cravinote
Dei quatro ou cinco pinote
Burricido como o quê,
Jurgando, antes não jurgasse,
Que tu de mim não gostasse,
Quando eu só amo a vancê.


Esperei outra kremesse
Que o seu vigário viesse
Pra que nós dois se casasse.
Mas Deus não quis que assim sesse
Pro mais que nós se queresse
Pro mais que nós se gostasse.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mestres baianos! Reenvio de mensagem

Queridos formadores



Está se aproximando a data de nosso encontro.Nos encontraremos nos dias 03 e 04 de dezembro.Aqui estão algumas orientações sobre os passos a serem cumpridos no Seminário de Avaliação.
Serão dois dias de avaliação e não mais de formação, como nas semanas anteriores. Portanto, não teremos mais curso e sim as apresentações de vocês. Para a certificação, farei a mediação das apresentações e a avaliação do que foi solicitado ao longo do ano.

Para isso, vocês devem levar o resultado do que produziram com os cursistas. Isso pode ser em formato de banner, cartaz, powerpoint, etc.

Lembrem-se de que cada formador/coordenador terá APENAS 20 minutos para a exposição oral do que sintetizou para o evento. O uso desse tempo será também objeto de avaliação, pois a habilidade de síntese e a escolha do recurso para a apresentação farão parte do processo avaliativo.

No seminário, vocês deverão levar seus portfólios, com tudo que fizeram até esse dia: aulas preparadas, orientação dos projetos, resultados nas escolas dos seus cursitas, projetos dos cursistas, problemas, fracassos, sucessos, etc, além da biografia, memorial de leitor e auto-avaliação. Assim comprovarão que :

I) executaram as oficinas,

II) recolheram e avaliaram o produto dos cursistas com relação às lições de casa e

III) orientaram o projeto do cursista, que deverá ser apresentado como produto no final do programa ao formador, que, por sua vez, nos apresentará como fruto do seu trabalho de orientação.

Lembro que o portifólio pode ser apresentado em formato digital do tipo blog, em CD, DVD ou impresso e é ele que será avaliado acima de tudo.

Caso haja espaço para atividade coletiva, a tarde do segundo dia será destinada para apresentações em conjunto com a Matemática.

Podemos fazer um momento de confraternização e troca de lembranças em um amigo secreto sorteado na hora. Para isso, levem algo para presentear um colega. Algo que lembre sua cidade, por exemplo.

Podemos também fazer uma mostra de trabalhos significativos. Não se esqueçam das câmeras fotográficas para registrarmos esse momento.

Caminhemos! Se houver dúvidas, me escrevam!

Estou certa de que se o Gestar tem sido um sucesso anunciado e se chegamos até aqui é porque vocês vêm conduzindo, em seus municípios, um dos programas de Educação mais efetivos do MEC, por isso estou ansiosa para ouvir os depoimentos e conhecer um pouco mais de seus cursistas e alunos.


Um grande abraço,
Rosa Maria